Firmitas, Utilitas, Venustas

segunda-feira, março 21, 2005

Numa tarde pintada a cinzento

Exactamente, basta olhar pela nossa janela para observar que o mundo parece estar doente, transmitindo esse sentimento a cada ser destas terráqueas paragens. Deprimentes para uns, afortunados se sentem outros, estas leves dádivas do céu parecem tentáculos de uma força maligna que nos agarram e impedem de esboçar sequer qualquer movimento, pois o seu peso, tal como a sua força apesar da sua leveza aparente é psicologicamente poderosa, pois no meu caso apenas os dedos estão soltos, e alguns mas poucos neurónios, pois até esses se tornaram preguiçosos resultado desta gama pouco colorida com que se pintou lentamente mais um dia que não se apressa em passar, pois quer espalhar ainda mais a força que falei por mais lares recheados de corpos e mentes indefesas...
Apenas alguns se safam pois de tao ateferados que andam não tendo tempo para tais pensamentos e fogem intrepidamente destes tentáculos a cada movimento que fazem entre arquivos, secretárias, ou meros elevadores que em movimentos ascendentes e descendentes perturbam esta conspiração à escala nacional.
Por vezes quase que entro noutra dimensao através destas gotas milagrosas, alegrado também pelo movimento infernal das pessoas que delas fogem lá fora, mas hoje pareciam-me mais sinistras que noutro dia qualquer e por isso me pareceu que neste, a sua missao era bem diferente.
Se sentisse por perto aquele perfume espontoso que me deixa estonteado de desejo, talvez tentasse libertar-me deste pasmacento e lamurioso discurso, mas está este tão distante, levado por demasiados círculos de borracha a que chamam pneus para terras de navegantes rabelos, que me limito a ficar por aqui sucumbindo a tudo isto.

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